O PERIGO DO ETERNO BRIEFING PESSOAL

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Você começou a trabalhar cedo com propaganda, marketing, mídias sociaisou qualquer quer seja o nome atual da arte de contar histórias mediante pagamento mensal? Então, este post é para você.

Ele foi escrito diretamente e sem revisão, por alguém que começou cedo nesta mesma labuta que hoje você acredita ser aquela que escolheu você como companheira daqui para frente. Alguém que seguiu briefings que dariam origem à anúncioscomerciaisspots de rádiohotsitesportaisintranetsblogs, perfis de Facebook e virais do Youtube.

Passados 15 anos de atuação ininterrupta, acho que dá para arriscar um aviso: tome cuidado para não levar a coisa toda muito ao pé da letra. Tome cuidado para não associar de forma definitiva a sua produção à obediência aos briefings.

Porque isso? Lembra quando disse que costumo pensar através de sentimentos? Neste exato momento, tive mais um daqueles estalos em que costumo direcionar minhas ações e decisões. Estou ainda digerindo o que intui, e compartilho com vocês: acredito que tenha levado demasiadamente a sério a necessidade de um briefing.

Fez sentido no começo. Sempre faz. Ou, pelo menos, sempre fez quando o mundo era mais linear. Você recebia um missão e, acreditando-se dotado do poder supremo da persuasão, transformava aquele carvão em diamante. Próximo job. Simples assim.

Só que, com a experiência, e com estas mudanças todas concentradas nos 10 anos mais revolucionários em termos de modelos de comunicação que este mundo viu desde a Pedra de Roseta, eu comecei a perceber que, se me tirassem o briefing eu me via sem opinião. E isso é sério.

O fato poderia estar ali, me olhando. A oportunidade poderia estar ali, pedindo. A piada, pronta. A naturalidade do falar e opinar, presumida. Mas, treinado que fui, esperava o briefing, mesmo que interno, mesmo que mental: é para falar a favor ou contra? É para atingir qual objetivo? É para acertar ou errar?

Percebam: isso é paralisante. Não é libertador ou visceralmente criativo. E fica ainda mais grave quando a linearidade que mencionei acima, deixa de existir.

Hoje produzimos não mais para clientes. Eles está estão lá, ainda assinam os cheques e esperam os resultados que nossas histórias se propuseram a dar.

Hoje criamos para um ecossistema, um fluxo de opiniões, uma comunidade de co-autores. Somos apenas aqueles que misturam pela primeira vez, palha e pedra. Mas, uma vez iniciada a chama, todos jogam um pouco de lenha.

Neste constante Big Bang co-produtivo, o briefing morreu. Ou sequer tem importância. Isso, claro, se o que você busca são ideias seminais, originais. Se o seu objetivo é legar uma real participação em seu tempo.

O meu é. E preciso aprender a rasgar os birefing pessoais para chegar lá.

Sobre o autor

Mauro Amaral

Meu principal foco de atuação é a criação de projetos de conteúdo interessantes, divertidos e leves para marcas, organizações e produtos.

Em função desta opção, transito bem entre jornalismo, publicidade e entretenimento, pesquisando continuamente e filtrando ativamente as tendências do momento para aplicá-las no dia a dia dos meus clientes.

Construo, mantenho e estimulo equipes criativas há 10 anos; com especial predileção por identificar novos talentos e trabalhar potenciais multidisciplinares.

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