Web3 para criadores de conteúdo

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Em artigo introdutório, vou explicar o conceito, dar exemplos de projetos, falar de riscos para marcas e de como projetos de web3 para criadores de conteúdo podem mudar a forma como monetiza os seus projetos independentes

Você já deve ter ouvido falar da Web3, certo? Também conhecida como a web descentralizada, esta nova forma de interagir digitalmente tem o potencial de revolucionar a forma como o conteúdo é criado, compartilhado e monetizado. Ele oferece novas oportunidades para que criadores de conteúdo e marcas se conectem diretamente com seu público e construam ecossistemas online mais sustentáveis, equitativos e transparentes.

Um dos principais benefícios do Web3 para criadores de conteúdo é a capacidade de monetizar seu trabalho diretamente por meio de micropagamentos ou tokens de criptomoeda. Em vez de depender de anúncios ou assinaturas, os criadores podem obter renda diretamente de seus fãs e apoiadores. Isso pode criar uma fonte de renda mais estável e confiável, especialmente para criadores que produzem conteúdo de nicho ou nicho que pode não ser tão atraente para os anunciantes.

A Web3 também oferece a possibilidade de criar experiências mais imersivas e interativas para o público. Com o uso de contratos inteligentes, os criadores podem criar conteúdo interativo e personalizado que pode ser desbloqueado ou acessado por meio de pagamentos por token. Isso pode criar uma experiência mais envolvente e recompensadora para o público e ajudar os criadores a diferenciar seu conteúdo da concorrência.

As marcas também podem se beneficiar da Web3 ao usá-la para construir relacionamentos mais autênticos e transparentes com seus clientes. Ao usar a tecnologia blockchain, as marcas podem criar cadeias de suprimentos transparentes e rastrear a origem e a jornada de seus produtos. Isso pode ajudar a construir confiança e fidelizar os clientes, que estão cada vez mais preocupados com a ética e a sustentabilidade dos produtos que compram.

Além disso, a web3 pode ajudar as marcas a alcançar novos públicos e explorar novos mercados por meio de plataformas e comunidades descentralizadas. Ao participar de comunidades da web3 e usar plataformas de mídia social descentralizadas, as marcas podem se conectar com novos clientes e atingir públicos de nicho que podem não ser acessíveis por meio de canais tradicionais.

Embora ainda seja uma tecnologia emergente, a web3 tem o potencial de transformar a maneira como criamos, compartilhamos e monetizamos o conteúdo online.

Mas qual a diferença entre o que temos hoje a Web3 para criadores de conteúdo?

A descentralização é a palavra-chave. Mas existem outras características que podem ser levadas em conta. Para simplificar, coloquei em uma rápida tabela:


Web 2 (É a de hoje)Web 3 (Web descentralizada)
InsfraestruturaServidores centralizadosServidores descentralizados
Propriedade sobre os dadosCentralizada (nas plataformas)Cada um é dono do seu e pode compartilhar
Privacidade sobre os dados É limitada, fica na mão do dono do algorítimoTurbinada e determinada por você
CensuraÉ possívelEm função da descentralização fica mais difícil fazer
MonetizaçãoAnúncios e assinaturasCrypto e Tokens
InteraçãoLimitadaPode ser melhorada em função dos Smart Contracts
ConfiançaLimitadaProtocolo Blockchain ajuda a aumentar

Existe algum projeto de conteúdo no ar que utilize os conceitos de Web3?

Sim. É claro que em sua maioria estes projetos estão em estágio inicial, seja por sua limitação tecnológica, seja pela adoção ainda reduzida, o que pode impactar o seu potencial. Mas, ainda assim, já dá para listar boas ideias.

Steemit – Steemit é uma plataforma de mídia social descentralizada que recompensa criadores de conteúdo com criptomoeda por criar e selecionar conteúdo de alta qualidade. Ele usa um sistema de recompensas baseado em blockchain para incentivar o engajamento e incentivar a criação de conteúdo valioso.

D.Tube – D.Tube é uma plataforma de compartilhamento de vídeo descentralizada que roda na blockchain Steem. Ele permite que os usuários carreguem e compartilhem vídeos e ganhem criptomoedas por seu conteúdo. O objetivo é fornecer uma alternativa ao YouTube livre de censura e monetizada por meio de criptomoeda.

NFTs (Non-Fungible Tokens) – NFTs são ativos digitais exclusivos que são verificados no blockchain e podem representar uma ampla variedade de conteúdo, incluindo arte, música e vídeo. Os criadores de conteúdo podem usar NFTs para vender e monetizar seu trabalho diretamente para seus fãs e colecionadores. Já trouxe aqui neste artigo um pensamento mais aprofundado sobre o tema.

LBRY – LBRY é uma plataforma descentralizada de compartilhamento de conteúdo que permite aos usuários publicar e descobrir uma ampla variedade de conteúdo, incluindo vídeos, músicas e e-books. Ele usa um sistema de recompensas baseado em blockchain para incentivar a criação e distribuição de conteúdo e fornece uma alternativa mais aberta e transparente às plataformas de conteúdo tradicionais.

MetaMask – MetaMask é uma extensão do navegador que permite aos usuários interagir com aplicativos descentralizados (dApps) e participar de comunidades web3. Ele permite que os criadores de conteúdo criem e monetizem conteúdo interativo e personalizado por meio de contratos inteligentes e pagamentos de token.

Akasha – Akasha é uma plataforma de mídia social descentralizada que usa Ethereum e InterPlanetary File System (IPFS) para permitir que os usuários publiquem, compartilhem e descubram conteúdo. Ele recompensa os usuários com tokens pela criação e curadoria de conteúdo valioso e incentiva a criação de um ecossistema online mais aberto e transparente.

Steem Monsters – Steem Monsters é um jogo de cartas colecionáveis descentralizado que roda na blockchain Steem. Ele permite que os jogadores comprem, vendam e troquem cartões digitais e ganhem criptomoedas por sua participação no jogo.

Cryptovoxels – Cryptovoxels é uma plataforma de realidade virtual descentralizada que usa a tecnologia blockchain para permitir que os usuários comprem, vendam e construam imóveis e experiências virtuais. Ele permite que os usuários monetizem suas criações por meio de pagamentos com criptomoedas e tokens.

Decentraland – Decentraland é uma plataforma de mundo virtual descentralizada que usa a tecnologia blockchain para permitir que os usuários criem, experimentem e monetizem conteúdo interativo e imersivo. Ele permite que os usuários comprem, vendam e construam imóveis e experiências virtuais usando criptomoeda e tokens.

Creativechain – Creativechain é uma plataforma de conteúdo descentralizada que usa a tecnologia blockchain para permitir que os usuários publiquem, distribuam e monetizem trabalhos criativos. Ele permite que os usuários vendam e licenciem seu conteúdo diretamente para seus fãs e apoiadores por meio de pagamentos com criptomoedas e tokens.

Dicas para começar o seu projeto de conteúdo a partir de conceitos Web3

Se você deseja ganhar dinheiro com projetos web3, aqui estão algumas dicas para ajudá-lo a começar. É claro que o que podemos desenhar hoje é um pouco genérico, uma vez que estamos em estágios iniciais de desenvolvimento e adoção destas plataformas. Mas, já é um Norte:

  • Encontre uma plataforma web3 que se alinhe com seus valores e objetivos: Existem muitas plataformas descentralizadas que permitem que os criadores ganhem criptomoedas ou tokens por seu conteúdo. É importante encontrar um que esteja alinhado com seus valores e objetivos, como Steemit para mídia social ou LBRY para conteúdo de vídeo.
  • Crie uma comunidade: Construir uma comunidade de fãs e seguidores engajados e solidários pode ajudá-lo a ganhar mais com seus projetos web3. Ao criar conteúdo valioso e de alta qualidade, interagir com seu público e promover seu trabalho, você pode criar seguidores leais dispostos a apoiá-lo por meio de criptomoedas ou pagamentos de tokens.
  • Utilize tokens não fungíveis (NFTs): NFTs são ativos digitais exclusivos que podem representar uma ampla variedade de conteúdo, como arte, música ou vídeo. Ao criar e vender NFTs, você pode monetizar seu trabalho diretamente para seus fãs e colecionadores.
  • Experimente contratos inteligentes: os contratos inteligentes permitem que você crie conteúdo interativo e personalizado que pode ser desbloqueado ou acessado por meio de pagamentos por token. Experimentar contratos inteligentes pode ajudá-lo a criar experiências mais envolventes e gratificantes para seu público e gerar fluxos de renda adicionais.
  • Participe de comunidades web3: participar de comunidades web3 e usar plataformas de mídia social descentralizadas pode ajudá-lo a alcançar novos públicos e explorar novos mercados. Ao se envolver com essas comunidades e promover seu trabalho, você pode construir novos relacionamentos e ganhar mais com seus projetos web3.

Seguindo essas dicas, você pode efetivamente monetizar seu trabalho na web3 descentralizada e construir um ecossistema online mais sustentável e equitativo.

Pera: só tem ganha-ganha? Onde estão os riscos?

Existem vários riscos potenciais a serem considerados ao lançar um projeto de conteúdo web3 para uma marca:

Complexidade tecnológica: as tecnologias Web3, como blockchain e contratos inteligentes, podem ser complexas e podem exigir habilidades e conhecimentos especializados para serem implementadas. É importante garantir que você tenha os recursos e experiência necessários para utilizar as tecnologias web3 de forma eficaz em seu projeto de conteúdo.

Questões legais e regulatórias: as tecnologias Web3 ainda são relativamente novas e estão evoluindo, e pode haver questões legais e regulatórias a serem consideradas, como implicações fiscais ou conformidade com leis e regulamentos. É importante pesquisar e entender o cenário legal e regulamentar das tecnologias web3 e garantir que você esteja em conformidade com todas as leis e regulamentações relevantes.

Privacidade de dados: as tecnologias Web3 geralmente envolvem a coleta e o armazenamento de dados pessoais, o que pode gerar preocupações com a privacidade. É importante ter fortes políticas de proteção de dados e ser transparente com seus usuários sobre como seus dados estão sendo usados.

Segurança: as tecnologias Web3, particularmente aquelas que envolvem criptomoedas ou tokens, podem ser vulneráveis a violações de segurança e golpes. É importante tomar medidas para proteger seu projeto de conteúdo e proteger seus usuários contra fraudes ou roubo de identidade.

Adoção e aceitação do usuário: as tecnologias Web3 ainda são relativamente novas e podem não ser amplamente compreendidas ou aceitas pelos usuários. É importante garantir que seu projeto de conteúdo seja fácil de usar e acessível e fornecer instruções claras e suporte para usuários que não estejam familiarizados com as tecnologias web3.

Ao entender e gerenciar esses riscos, você pode mitigar possíveis problemas e aumentar as chances de sucesso de seu projeto de conteúdo web3.

Para concluir este primeiro artigo sobre Web3 para criadores de conteúdo

Este rápido artigo que chega ao seu começo, tem por objetivo apenas centralizar conceitos básicos para entendimento do que vem a ver o trabalho de conteúdo ao redor dos protocolos da Web3, a nova fronteira descentralizada no mundo digital.

A partir das próximas pesquisas e produções a ideia é focar em narrativas relevantes para o nosso momento em 2022-2023, à luz do potencial de produção e ganho de capital no segmento dos criadores de conteúdo e as diversas atividades econômicas que eles movimentam.

Sobre o autor

Mauro Amaral

Meu principal foco de atuação é a criação de projetos de conteúdo interessantes, divertidos e leves para marcas, organizações e produtos.

Em função desta opção, transito bem entre jornalismo, publicidade e entretenimento, pesquisando continuamente e filtrando ativamente as tendências do momento para aplicá-las no dia a dia dos meus clientes.

Construo, mantenho e estimulo equipes criativas há 10 anos; com especial predileção por identificar novos talentos e trabalhar potenciais multidisciplinares.

2 comentários

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  • Então… Tenho me sentido meio velho ;-P

    Ando meio descrente sobre a adoção de boas tecnologias depois de ver muita coisa legal, como a web semântica, continuar embrionária depois de 14 anos (caso da web semântica).

    O que é frustrante é que parece que só vingam as tecnologias que são cooptadas por grandes corporações, então parece que nada descentralizado, logo não monopolizável, conseguirá se tornar relevante.

    Por outro lado ainda há um jovem em mim que quer crer que os nichos podem ser suficientemente movimentados para sustentar soluções que seguem pelas bordas.

    Acho que a complexidade técnica, ainda que seja um obstáculo, é facilmente contornável se houver massa crítica. As pessoas aprendem ou surgem simplificadores. Me preocupo um pouco mais com o sequestro das criptomoedas (que estão quase sempre nas bases da monetização desses projetos) pela especulação o que as torna voláteis demais. Recebemos o equivalente a mil reais por um trabalho e, se não sacarmos logo, pode virar cem reais em dias.

    A propósito, nem estudei adequadamente as ferramentas e plataformas que vem surgindo em diversas blockchains porque ainda não senti que podem ir muito longe, mas fiquei animado com seu post e torço muito para que algo surja daí pq a Internet precisa entrar em uma nova fase…

por Mauro Amaral

Mauro Amaral

Meu principal foco de atuação é a criação de projetos de conteúdo interessantes, divertidos e leves para marcas, organizações e produtos. Em função desta opção, transito bem entre jornalismo, publicidade e entretenimento, pesquisando continuamente e filtrando ativamente as tendências do momento...

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