O que aprendi vivendo intensamente seis dias nos bastidores da marca mais comentada no Rock in Rio 2022?

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A semana que sucedeu o maior festival de música e entretenimento do mundo, o #RockinRio2022, foi de posts. Muitos posts. O evento celebrou aquele que já foi considerado o maior momento desde que Fred Mercury regeu a primeira Cidade do Rock: o show do #ColdPlay. Além disso, e de uma chuva fria em alguns momentos, as 100 mil pessoas que todos os dias apareciam pelo Parque Olímpico, curtiram o reencontro com o mundo ao ar livre, que já se ensaiava, com o avanço da vacinação no início do ano.

Já as marcas celebraram seus rankings de mais faladas e comentadas e justificaram seus investimentos para boards e público. E, quem fez a festa nos bastidores com muito trabalho e pouco sono, publicou seu próprio olhar, seja instantâneo em meio à chuva e correria, seja esteticamente milimetrado usando e abusando dos acessos que suas credenciais permitiam. E haja #Linkedin.

Eu que estive por lá nesta categoria, claro, vibrei junto com o coletivo de profissionais que pôde celebrar em grande estilo seu retorno ao mundo dos eventos que a pandemia levara; mas ciente da missão que tenho por aqui neste projeto (se chegou agora, confira o Manifesto), resolvi pensar alguns dias e me fazer algumas perguntas. A principal delas, o título deste artigo.

Já que a gente pensa o mundo por conta de contextos, aí vai mais um: como você pode ler por aqui, sou Diretor de Estratégia do #A-LabContentLovers, um laboratório de inovação em conteúdo do grupo Dreamers, esse por sua vez a mesma casinha onde mora o evento.

Ocorre que, entre minhas atribuições existe aquela de fazer parte de um time muito, mas muito competente que basicamente conta as histórias mais bem contadas nas timelines e feeds do maior banco da América Latina, o #Itaú. Esse mesmo que emplacou o resultado abaixo que circulou durante a semana pós-Festival:

Na prática esses números querem dizer o quanto a marca ganhou espaço em conversas expontâneas e não patrocinadas. Ou seja: o quanto de espaço ela GANHOU de mídia.

Sucesso que estamos comemorando em diversos fóruns, de comentários em posts da ninja Alice Lopes que pilotou o planejamento da iniciativa, aos grupos de WhatsApp com cliente e demais participantes desta imensa força-tarefa que foi tirar do chão um espaço que reuniu entretenimento, conteúdo nativo e muita oportunidade para fazer valer seu propósito: ser o palco de todos. Com a gente ali pelos corredores do backstage do “palco da Arena Itaú”, circularam profissionais de outros times, é verdade: África, Oliver e muitos outros fornecedores, agentes, agências, artistas e um #Squad de criadores de conteúdo.

Mas, para as missões que tenho aqui no projeto mauroamaral.com, que propõe aprendizados ao redor de alguns NÓS, só faz sentido falar de certa perspectiva. Qual? Aquela que reúne as impressões que coletei a partir do contato direto entre o Time do #A-Lab, o público que consome o conteúdo que ele publicou e a figura que, por força das coincidências da vida, pilota a publicação deste artigo.

Serão sobre estes aprendizados as próximas linhas.

Consistência e resiliência são os melhores combustíveis para as histórias de qualquer marca

Quando vi pela primeira vez o time que comanda o Always-On do Itaú sentar apertadinho no backstage e colar a régua de conteúdos do dia na parede, pude ler brilhos nos olhos. Medo, insegurança, frio na barriga, também foram convidados. E tudo bem. Emoção é ingrediente de nosso negócio. Se não, ninguém sai de casa. Mas os olhos brilharam ressoando a um “pronto, chegamos, bora”.

A diferença aqui e o nosso primeiro aprendizado é que isso não acontecia só porque o time sentia o peso do evento: mas porque já assumira a mesma responsabilidade desde o início do ano. Estamos contando uma história que fala sobre “fazer com”. Seja com a marca laranja que mais faz sucesso no TikTok, seja entre nós, seja do time para o grupo.

O foco nessa grande história que queremos contar, às vezes bancando pautas que vão além das esperadas para uma instituição financeira, foi o que nos capacitou a encarar a missão que se desenrolaria nos próximos sete dias.

Um grande momento é ponto culminante, não começo de jornada

E por falar nestes sete dias, se pudesse tentar resumir em uma metáfora, era como ir disputar um campeonato mundial fora de casa sem esquecer dos dias das divisões de base. Todos ali passaram pelo pequeno briefing de dois posts; da régua de conteúdos onde só cabiam três semanas para uma campanha inteira; do briefing que mudaria dois dias antes de tudo ir para o ar, do creator que não entrega ou do outro que entrega demais. O time já tinha vivido coisas, sabe?

O #RockinRio2022 foi – até o momento – o ponto culminante do trabalho desta equipe. Mas foi como correr a maratona depois de ter ganho diversas corridas de família. E, formar uma família no meio do caminho.

Se você está aí comandando uma marca, lembre-se disso: é sobre a jornada e não só sobre a chegada!

O tempo real é o tempo de viver o presente

Sim, como disse, Alice Lopes, Julia Muller, Amanda Salles, Ana Luiza e Ana Carol, Gabriel Ortiz, Carol Figueiredo, Guilherme Linhares e Guilherme Nunes, Adriana Mello, Iasmin Flor, Ana Bartholomeu, Marcelo Pineschi, Luisa Brito, Juliana Pucheu, Duda Mattos, Bryan Chagas e Pedro Tavares pensaram em cada dia e em cada post.

A partir deles, pensaram também em cada movimento a ser gerado e criando relações de causa e efeito em cada ação com nosso #squad e também nas narrativas que conversariam entre si e gerariam conversas entre nós, e posts que utilizariam o formato mais nativo para cada momento. Isso tudo SEMANAS ANTES dos portões abrirem.

Mas, o imponderável sacudia seus ombros a rir e embaralhou as cartas e nos deixou a terceira lição: é sobre tempo presente o tempo todo. Pautas caíram, sucessos aconteceram. E, ninguém imaginaria, um microfone roubaria a cena às vezes.

Construa times assim: contrate valores, treine habilidades

E o ritmo seguiu firme porque o time já era um time quando chegou por ali no container. Falei que estávamos em um container? Este aprendizado figura mais como consolidação do que propriamente uma novidade, mas vá lá.

É que uma das minhas funções é justamente encontrar quem vai tocar este tipo de operação e o dia a dia com igual dedicação e disponibilidade. Neste momento, sou pouco ortodoxo: consigo dar uma abstraída do resumé e tento entender por onde andaria aquela cabeça se, passado o momento constrangedor e pseudo-ensaiado de uma entrevista para alguma vaga, a gente estivesse realmente se conhecendo. Costuma dar certo.

A Alice Ninja surgiu na equipe assim. Eu a contratei duas frases depois de sua primeira entrevista. Só ela não sabia.

E por falar em time: leve para o grande momento quem construiu o dia a dia com você

Este vai para marcas que desejarem, em algum momento, atingir resultados que a primeira imagem deste post ilustram. Se você hoje tem um time que carregou todos os pianos possíveis durante o período de consolidação de sua marca, é nele que você deve pensar quando a área VIP. E não tem a ver com agradecimento. Ou pelo menos não só sobre isso.

Este time provavelmente vai conhecer melhor do que ninguém a sua marca e os #creators que vão interagir com a sacolinha de narrativas que você está disponível a compartilhar com o seu público. E, claro, os profissionais que trabalham dentro do seu escritório e para a sua marca. Conhecimento, de processos, de fluxos de informação, de rotinas de trabalho e humores possíveis é um diferencial que fará sua operação funcionar ou não.

Outra tão importante quanto essa é quem estará com você no campo criando conteúdo.

Criadores e criaturas: como sobreviver a esse encontro

Sim, os #creators. Está nas mãos deles muito do que se faz hoje em dia, nos feeds da interwebs. E faz todo sentido que seja assim e vem muito mais por aí (sim, vou falar aqui sobre Web3, fique ligado). Mas o fato é que é preciso muito conhecimento e metodologia para lidar com eles, seja para entender que quando se visita a casa de alguém não se ensina como arrumar a sala.

E isso serve para entender que muitos são novos talentos (deslumbrados com sucesso repentino) e que podem ser vistos carregando um case muito mais pesado do que eles mesmos cheio de equipamentos que nem usados seriam (vi acontecer com um bem famoso, aliás).

Ou seja: é preciso acolher, instruir, formar e potencializar os talentos que explodiram nas timelines. E, em alguns casos, enxergar antes deles mesmos quando vão ser catapultados ao sucesso. Quando se escolhe compartilhar a autenticidade que não se tem, é preciso saber se submeter e se mostrar útil em iguais medidas. Fica a grande dica.

Timeline não é ventania que se soltar pipa ela sozinha voa

Outra dica muito importante é entender que, embora criadores de conteúdo que geram 100 mil curtidas e engajamentos maiores de que a média podem representar um asset ainda maior para a sua marca se contarem com uma estratégia de mídia estruturada e elástica o suficiente para se adaptar a um domingo em que a gente descobre que o #ShowdoJustinBieber será mais cedo e vai derrubar toda a régua.

Sim, aquela mesma que estava pronta semanas antes e que aprendemos a amar e decorar desde o seu nascimento.

Aprenda com cada gota de chuva

Este rápido artigo, digitado na correria do final da semana pós-festival não estaria completo sem dois pontos fortemente pessoais. O primeiro é que, se era novidade para este time atuar em tempo real no lugar de suas missões cadenciadas do feed normal, era também para mim – tão produtor de conteúdo quanto todos eles – atuar em campo e de forma gerencial ao mesmo tempo.

Estava ali à disposição, atento aos movimentos corporativos espalhados pela Cidade do Rock, olhando aqui e ali a ambiência e o clima de todos e de cada um. Mas, limitado em espaço e atuação física. Traduzindo se você está querendo já deixar esse texto de lado: ou eu bem ficava sentado ao lado de todos eles, ou dava espaço para performarem no melhor de suas capacidades.

E ali pelo segundo dia percebi que o melhor que poderia fazer para equipe era deixá-los exercer sua autonomia e viver o momento. Admirar a distância, se preferir. Atento, disponível, porém, mas um facilitador. Novas peles, antigos cordeiros.

E, claro: respeite os seus limites e o de sua equipe

E para concluir, claro, é importante sinalizar que vivemos um Rock in Rio pós-pandêmico. Na prática isso quer dizer que a saúde mental, mais do que nunca, entra na equação de qualquer processo de envolva relações humanas. Tenho falado a mesma frase em várias reuniões pós-Rock e repito aqui: “vivemos juntos um momento definidor da jornada humana pelo planeta. Não há projeto em que a gente se envolva a partir de agora que não deva considerar o que aprendemos juntos no período”.

Assim, em jornadas semelhantes, lembre-se de que muito provavelmente sua maneira de ver o mundo mudou, a maneira do seu público ver o mundo, também. E, claro, todos ao redor da sua operação passaram por desafios em sua grande maioria pouco agradáveis. Considere isso: ao menor sinal de cansaço além do esperado, de angústia, de ansiedade, de desagrado manifestado no corpo, levante sua bandeira amarela.

É para ser intenso. Mas, como diria a banda inglesa que abriu esse artigo: Nobody said it was easy / No one ever said it would be this hard

Para finalizar

Este tipo de equipe, quando se reúne, vive no clima de “não acaba quando termina”. Seja porque curte muito o que faz, porque faz com igual dedicação e intensidade, seja porque os briefings não param. De forma que, enquanto termino essas últimas linhas – quase um #tbt – , já estamos nos reunindo para receber a próxima grande missão.

Esta, vai envolver o maior campeonato de futebol do mundo. Mas isso, é outra história.

Sobre o autor

Mauro Amaral

Meu principal foco de atuação é a criação de projetos de conteúdo interessantes, divertidos e leves para marcas, organizações e produtos.

Em função desta opção, transito bem entre jornalismo, publicidade e entretenimento, pesquisando continuamente e filtrando ativamente as tendências do momento para aplicá-las no dia a dia dos meus clientes.

Construo, mantenho e estimulo equipes criativas há 10 anos; com especial predileção por identificar novos talentos e trabalhar potenciais multidisciplinares.

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por Mauro Amaral

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Meu principal foco de atuação é a criação de projetos de conteúdo interessantes, divertidos e leves para marcas, organizações e produtos. Em função desta opção, transito bem entre jornalismo, publicidade e entretenimento, pesquisando continuamente e filtrando ativamente as tendências do momento...

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